Um relato sobre como a saída do armário impactou na minha escrita. Leia até o final e se inspire.
Certa vez eu estava rolando o feed do twitter e me deparei com uma postagem icônica em que a pessoa perguntava qual era a motivação para escrever o gênero que escolhemos.
Minha resposta foi autoconhecimento. Essa palavra grandinha com um significado maior ainda que me motivou a chegar aqui.
Me descobrir como mulher lésbica fez com que eu entendesse o meu propósito
Percebi que era o caso de muita gente que escreve e é LGBTQIAP+, principalmente o de autoras sáficas.
Infelizmente, a heterossexualidade compulsória a gente convive com a falta de representatividade séria e real é o que faz a maioria das autoras escreverem histórias com representatividade sáfica.
Comigo não foi tão diferente assim, pois quando me assumi lésbica percebi que por mais que esse movimento esteja crescendo na literatura, ainda faltava muito para eu poder dizer que me sinto representada.
Afinal quantas autoras lésbicas pretas conseguem visibilidade? E quantos livros com personagens lésbicas pretas chegam a se tornar best-seller?
Numa comparação com livros hétero cis branco dá para perceber uma diferença gritante. Perceber isso me revoltou muito e me fez escrever os meus próprios livros.
Só que dessa época até agora, muita coisa aconteceu e eu vou te contar tudo.
A saída do armário e a descoberta do meu propósito como escritora
A minha jornada com a saída do armário começou em 2018 e permanece até hoje. Assim que comecei a me descobrir enquanto mulher lésbica, busquei nos livros uma explicação. Ou algum resquício de representatividade.
O primeiro livro que li com representatividade de amor entre mulheres foi Ela é meu pecado: Proteja-me da Sameerah Sy.
A trama tem uma mistura de romance e fantasia sobrenatural com um pouco de drama. E o casal protagonista que se forma é Lynna (uma anja) e Cyn (uma humana).
Só que a minha ânsia por uma história que me representasse, me fez ignorar a minha essência poética por três anos. De 2018 até 2021, escrevi algumas histórias…
Mas depois de um tempo, me encontrei na poesia lésbica. Mas isso eu conto a seguir.
A poesia lésbica e o ápice da minha escrita
Foi preciso muita pesquisa pra descobrir que era possível escrever poesia com muita representatividade. Depois de sofrer horrores por estar escrevendo algo que eu não queria desisti. E recomecei.
Em janeiro de 2022 testei um novo estilo de post no Instagram (rede que mais tenho audiência) e comecei a postar minhas poesias. Como você pode ver abaixo.
Enquanto isso eu tentava arrumar um emprego, concluir a faculdade e investir em um relacionamento. E sem escrever nenhuma poesia sequer. Meu caderninho de poemas ficou até abandonado.
Em março de 2022 eu já estava esgotada. Apaguei meu blog no Medium, desativei o Instagram e fiquei 3 longos meses só usando o Twitter para reclamar e o WhatsApp para me comunicar.
3 meses se passaram e em junho do mesmo ano eu retornei à escrita de poesia com uma vontade enorme de escrever. Em um mês eu concluí Lesbiana e ele que foi lançado no dia 19 de agosto de 2022 no Wattpad e Lettera.
Além disso apostei em projetos paralelos como publicações em revistas. Uma delas foi a Ruído Manifesto.
É por isso que eu considero que esse momento é o meu ápice da escrita. É muito incrível perceber que mesmo estando em uma sociedade machista, heteronormativa, lgbtfóbics, racista…
Consigo aos poucos ocupar espaços e levar as minhas palavras cheias de representatividade.
E esse foi o conteúdo de hoje! Trazendo uma postagem com uma vibe mais pessoal.
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Por hoje é só! Um beijo grande e até já!
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